O greenwashing, ou lavagem verde, é entendido como a prática de afirmar ou criar a percepção de que atividades, produtos e serviços são mais ecológicos e sustentáveis do que realmente são. É claro que isso depende de muitos fatores: desde as características do produto ou serviço apresentado até a persona de quem faz a alegação, perpassando costumes, culturas e regras do mercado em que integra. Mas apesar de não contarmos com uma definição certa e harmoniosa sobre o greenwashing, fato é que todos sabemos - ou, no mínimo, podemos saber - quando estamos sendo enganados.
O mau uso das práticas ou do discurso Environmental, Social and Governance (ESG) ― ou ambiental, social e de governança ― não apenas deixa de transformar o mundo em um lugar mais ético, inclusivo e ambientalmente sustentável, como também pode trazer prejuízos efetivos para as empresas que mal se apropriam desse discurso. É o que mostra a contribuição produzida pelo escritório de advocacia multinacional Mayer Brown chamada Greenwashing: Navigating the Risk.
O estudo de fôlego chegou à conclusão de que os riscos para empresas que apresentam uma prática ESG aquém das expectativas da sociedade são de ordem principalmente reputacional. Contudo, também alerta para o crescimento da “litigância do greenwashing”. Já contamos com exemplos na experiência comparada de casos em que empresas foram responsabilizadas, inclusive com condenações milionárias de reparação de danos, pela deturpação, distorção e práticas enganosas em relação às credenciais ambientais, sociais e de governança. Essas ações são preocupantes na medida em que apresentam um grupo mais amplo de reclamantes do que em litígios “tradicionais”.
Assim, quando se escolhe aplicar políticas ESG dentro das empresas, a melhor forma de se proteger do risco do greenwashing é conhecer os princípios existentes de boas práticas de governança, divulgação e due diligence, em conjunto com um entendimento abrangente do perfil de sustentabilidade do produto, atividade ou transação em questão. Não deixe de procurar consultoria especializada para que sua boa intenção ambiental, social ou de governança não seja considerada uma lavagem verde.